quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Fábula dos nossos tempos

   Hoje recebi o email que se segue!
   Nada teria de interessante, não fosse eu estar em plena maré de tese! Pois é meus amigos, estou sinceramente decidida a termina e entregar a coisa até ao final do ano!
   E a verdade é que dificilmente me seria possível que assim fosse sem os meus "padrinhos" que por um motivo ou por outro me obrigam a concentrar na maldita pesquisa!

   Por isso, ao amigo que pergunta "e trabalhar na tese, não?!", ao meu pai que me vai atirando acórdãos relevantes (e outros, diga-se de passagem!!) para cima da secretária e à minha querida orientadora que me corrige o texto e me diz que sou capaz de melhor: obrigada, se não fosse pelo cansaço de vos ouvir falar na tese, ela nunca estaria a meio!!!





 Era um dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
 - Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
 - Estou redigindo a minha tese de doutoramento - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
 - Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
 - Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
 A raposa ficou indignada: - Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
 - Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
 O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois se ouvem alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.
 Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
 - Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
 - A Minha tese de doutoramento, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
 O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
 - Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
 - Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
 O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois se ouvem uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio.
Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redacção da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.

 MORAL DA HISTÓRIA:
 1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
 2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
 3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;
 4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos...
 5. O que importa é QUEM É O SEU PADRINHO!!!!


Love you all! xD

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